sábado, 1 de outubro de 2005

Chama-se: Folga

Enfim, um dia de descanso. Os ensaios correm a passo apressado, com a estreia já a espreitar da janela 21 do mês de outubro. Aproveito para não fazer nada...e que bom que isso é. Regra quase geral, as pessoas ao fim de semana enchem-se de "tenho de lá ir" para segunda-feira dizerem a toda a gente o quanto "lá foram". Correm, gritam, esperneiam, passam cartões multibanco em lojas que as vão fazer chorar. Eu sento-me, e escrevo-"as".
Acompanho de longe as obras da minha casa, e penso que tanto cimento junto refazia, sem problemas, a cara do Ferro Rodrigues. Seria um orçamento diferente, isso sim.
Nunca imaginei que houvesse tanta variedade de sanita. Nem de torneiras. Nem de bidés. Palavra. Há lojas só de bidés e sanitas. Isso, só por si, é bonito. Hoje olho para uma sanita com muito mais respeito. Sei que ela teve de lutar para estar ali, eram muitas a querer o lugar. A minha sanita é feliz. Ontem trouxe-a como quem carrega um filho nos braços.
Ouço o empreiteiro cansar-me os ouvidos. Faço-lhe "mute", e vejo como está a fino que se está a tornar a casa. Tiro-o do "mute" e digo: Esta bancada queria-a com 1 metro e 10. "Então mas você não acha... (mute)"
Desconfiam muito de gostos diferentes. Tive de o convencer de tudo o que queria remodelar, para ele não amuar, e não pedir um tempo à nossa relação.
Cumprimento o colega dele, moldavo até ao passaporte. Ele fica a olhar para mim, não mexe.
Estico-lhe a mão. Ele não. Recolho a mão. Ele não.
No fim deste mês já lá devo morar, assim queira o Sr. Moldavo, o maneta.
Posto isto, carrego no ponto final, e estico-me, para apanhar mais aquele bocado de sol.