sábado, 31 de janeiro de 2009

E vão 27

Estou praticamente um homem.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Para entregar se faz favor


Se eu pedir uma pizza com pepperoni, e para entrada um pão de alho com pepperoni estou a ser repetitivo ou até pode ser uma coisa normal?
É que a verdade é que a fome é tanta que peço sempre tudo à bruta e passadas duas semanas a metade de pizza que sobrar vai estar a andar sozinha pela casa.
Bem sei que devia dar aos pobrezinhos.
E bem sei que em África se passa uma fominha que nem sequer desconfiamos.
Mas tenho sempre a esperança de no dia a seguir ela estar quente e estaladiça outra vez.
Nunca aconteceu, mas também nunca aconteceu ver imagens da Sic Notícias com crianças em África a comer pizza com pepperoni.
E nisso estamos quites.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Louis C.K. sobre a igreja católica

É capaz de ser um texto um bocadinho forte para quem não está habituado.
O tema, claro está, é a igreja católica.

Vão com calma.
Depois não digam que eu não avisei.

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

frio, vento, chuva, lisboa

Sair à noite em Lisboa com chuva, vento e frio é quase tão agradável como espetar um prego enferrujado nas têmporas.
E depois raspar o prego nos dentes para ter a certeza que o tétano não se perde pelo caminho.
Chegado do jantar dos "Contemporâneos" tenho a dizer mais uma vez o seguinte: trabalho com uma equipa do caraças.
Todos.
Jantámos e bebemos o que tínhamos a jantar e a beber, e no fim fomos presenteados com um karaoke que parecia a guerra civil de Espanha, mas com mais feridos.
Nunca percebi o fenómeno karaoke, mas também nunca me dediquei muito à matéria.
Sei apenas que há pessoas que quando estão em cima do palco cantam para a maquineta como se o mundo fosse acabar amanhã à hora do almoço.
Quando eu digo cantam, leia-se roncam.
Tirei fotografias com fãs e um deles diz-me:
"Posso tirar uma fotografia contigo?"
"Claro que sim"
"Fixe. Não tenho é máquina. Arranjas alguma?"

É um tipo de raciocínio que não está ao alcance de qualquer um.
E é claramente o tipo de abordagem que merece o respeito de qualquer um.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Trabalho para "férias"

Quando se está mais ou menos de férias, acontece um problema que não era suposto acontecer:
Não saber o que fazer.
Ou pior, quer-se fazer tudo.
Sei dizer que tenho pelo menos sete coisas para fazer, mas o primeiro dilema de todos é não saber por qual delas é que hei-de começar.
É uma espécie de peso na consciência de escolher a errada e deixar as outras seis desapontadas.
Como tal, tenho-me dedicado a ficar paradinho, a organizar-me mentalmente, mas com muita calma, para não estragar o conceito de férias.
Neste momento estou a organizar cerca de oito mil fotos que estão numa pasta no desktop do computador e que tem o nome de "fotos".
Pura imaginação ao criar uma pasta.
Ora, oito mil fotos não se organizam assim do pé para a mão.
Portanto vou-me entretendo com uma tarefa que não fazia parte das sete, mas que tinha de ser feita algures antes de morrer para a minha família não ficar na igreja a discutir quem fica com essa deliciosa fatia da partilha.
Já consegui organizar quinhentas numa pasta que criei com o sugestivo nome de "trabalho", curiosamente para fotos de... exacto, trabalho.
Agora uma dúvida que deixo a todos os seguidores deste blog que não tem qualquer espécie de vida:
Onde arrumar fotos que tirei a coisas tais como: sinais de trânsito, nuvens, árvores, casas velhas, e outras que tal?
Não é fácil.
Queria ver o Obama a organizar-me a pastinha das fotos, era o organizavas.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Problema resolvido

Hoje, voltei a ter internet como deve de ser.
Sim, andava com problemas na internet, e como viram até me controlei bastante bem porque não vos disse nada.
Tudo em ordem.
Graças à Netcabo (sim, quando corre bem também há que o dizer), mas acima de tudo graças à paciência do Pedro Aniceto que percebe mais de Mac´s do que eu percebo de andar a pé.
Aproveitámos e ainda vimos os três a tomada de posse de Barack Obama: eu, o Pedro e o técnico da Netcabo, que nos confidenciou que tinha a irmã em Washington, lá no meio da multidão.
Um bonito trio.

Agora sim, posso usar e abusar da coisa linda que o Pai Natal me deu, um Pai Natal que curiosamente dorme comigo.



É lindo.
E só ainda não tive relações mais intimas com ele porque dá choque.

"Twitter", ou lá o que é isto.

Há uma coisinha chamada "Twitter" que o senhor Markl me mostrou e que agora me deu para aquilo.
Basicamente é uma espécie de blog em tempo real.
Escrevemos uma mensagem onde quer que estejamos, via Iphone, e nesse mesmo instante há reacções ao que se escreve.
Quem me quiser encontrar no Twitter é só adicionar CORPODORMENTE, e seguir as parvoíces que vou semeando pelo mundo.
Aqui do lado direito debaixo dos "links" também podem acompanhar essas pequenas pérolas literárias.
Enfim, é o que dá estar de "mini-férias".

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Nota de extrema importância

O rabo que aparece na fotocopiadora no sketch dos "Contemporâneos" sobre o primeiro dia do Barack Obama não é meu.
Era importante esclarecer isto.
Ainda tenho um rabo digno, não é nada daquilo que para lá se vê.


Esclarecido isto, vou então dar festinhas no meu rabo inconformado.

Ontem à noite

Já podem ver o programa de ontem dos "Contemporâneos" aqui.
Eis alguns que gostei particularmente, por diferentes motivos que nada tem a ver com qualidade.
Este gostei pelo simples motivo de quando eu no fim do sketch rebento o ovo na mão, há uma parte considerável de gema que sai disparada para o olho direito do Eduardo e fica pendurada nas pestanas, juntamente com alguns bocadinhos de casca.
É aos três minutos e trinta e sete segundos, e não consigo parar de ver em loop.
No fundo trata-se de um tipo de humor elaborado que aprecio:



e



Este último deu-me especial prazer porque o meu único objectivo no sketch era fazer sons estranhissímos que conseguissem desmanchar o Manel e o Eduardo.
Consegui isso em alguns takes, com sons que nem eu sabia que era capaz de fazer.
E não sou.

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

A emissão segue dentro de momentos...

Amanhã é o último dia de gravações da segunda série dos "Contemporâneos".
Paramos um tempinho, e depois voltamos com a terceira.
Confesso que me vai saber bem.
Até aproveito e confesso mais: vai-me saber muito bem.
A Maria diz que fazer um programa de humor é como estar em "guerra".
Não no sentido de matar pessoas da equipa com carabinas só porque sim.
Mas porque se está sempre alerta, mesmo quando pensamos que estamos relaxados.
E tem toda a razão.
Descansa-se o corpo mas a cabeça está sempre lá, na edição, no texto, na representação, em tudo.
E a equipa toda começa a acusar um cansaço que mostra que não podia haver melhor altura para parar, descansar, e voltar com baterias recarregadas para a terceira série.
Acima de tudo vou ter saudades de insultar gratuítamente o Manuel Marques.
Ou pura e simplesmente de o magoar fisicamente, mas com ciência.
Hoje encontrei-o na sala do guarda roupa a dormir no chão.
Estive a três segundos de lhe aviar um biqueiro nos rins.
É ou não é tentador?



Qualquer pessoa de bom gosto dirá que é.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Santa Estupidez

"Cautela com os amores. Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde acabam."

Frase dita por um ateu?
Não não.
D. José Policarpo, Cardeal-Patriarca de Lisboa.
Sou ateu por variadíssimas razões que pouco importam, mas nestas alturas sou um bocadinho mais.
Nem sequer é uma frase de mau gosto, é só ridículo e humilhante para a religião católica.
Uma vez que se ofendem cada vez que falo da religião católica e das suas barreiras mentais, pode ser agora a minha vez de retribuir a indignação?


Obrigado.

sábado, 10 de janeiro de 2009

Mais uma inauguração


Mais uma obra de arte.
Desta feita na sanita.
Bonito.
E reparo que a minha empregada anda a usar materiais diferentes.
Novas tendências.
É uma inconformada, coisa que se vê em cada exposição que ela traz a público.
Nesta deixa para trás a influência marcada pelo spray "Pronto" para entrar na era do "Cif Power Cream".
Mantém-se ainda assim a linha a que nos tem vindo a habituar de "produtos de limpeza", essa fonte inesgotável.
Não é de gosto fácil esta obra, mas a carga dramática e o estilo avant garde desarma qualquer um.
Não sei o preço, nem tão pouco se está à venda.
Sei que está exposta na minha casa de banho até ao dia 20 de Janeiro.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

a propósito do Ricky Gervais

Fazer comédia é difícil.
Provavelmente das coisas mais difíceis, uma vez que o riso nasce nas pessoas por motivos diferentes.
O que me faz rir nem sempre faz rir o outro, e vice-versa.
O jogo de tentar encontrar a equação perfeita, em que todos riem do mesmo, é das mais motivadoras que há.
Pelo menos para mim.
E quando se está a gravar, há coisas das quais os actores se riem que mais ninguém no estúdio percebe.
Muitas vezes porque estamos a gravar e a outra pessoa diz uma palavra de uma maneira diferente, ou porque faz um segundo a mais de silêncio, ou pura e simplesmente porque se ouve o estômago de alguém a fazer barulho.
Quando se está nesse precipício pouco importa, acontece e pronto.
Aconteceu comigo e com o Markl a fazer de orca.
Aconteceu centenas de outras vezes que não foi para o ar (sim, sou provavelmente a pessoa que mais se ri durante as gravações sem aparente motivo, e a que mais o provoca de forma absolutamente gratuita).
Deixa a equipa em pânico porque temos obviamente horários para cumprir que não podemos falhar.
E porque cada minuto custa muito dinheiro.
E o pior é que não há nada mais libertador do que não conseguir aguentar o riso, que tem um mecanismo difícil de compreender.
Mesmo o nosso.
Toda a gente que faz humor passa pelo mesmo.
E é impossível explicar.
Só ver:



"and the Oscar goes to..."

É com alguma pena que leio a notícia que anuncia Hugh Jackman como anfitrião dos Óscares deste ano.
Nada contra o senhor, que sempre me tratou nas palminhas, mas falava-se desde Setembro da possibilidade de ser o Ricky Gervais.
Achei que era muita fruta chegar num ano a Hollywood e no ano a seguir apresentar a cerimónia, mas seria certamente das melhores emissões que a pequena estatueta veria.
Mas enfim, é a vidinha.
Entretanto anteontem o Markl disse-me que o senhor Ricky vai fazer um projecto tão simples e tão bom: estrear um filme no cinema e fazer a sequela através de uma série de televisão.
Normalmente é o contrário: uma boa série dá um filme, como é exemplo o "Sexo e a Cidade".
Há sempre alguém com a capacidade de inovar no meio de tudo o que já foi inovado.
Chama-se a isso estar à frente no seu tempo.
É o caso.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

"His Sad Quote"


Não o faço pelo vocalista ser meu amigo.
Faço-o porque não há nada que eu admire mais do que pessoas que não desistem daquilo em que acreditam.
É o caso de "His Sad Quote", uma banda de cinco músicos que agora começa a ter as primeiras oportunidades de concerto.
Podem ouvir alguns temas deles aqui.
Vão estar nas Fnac´s já na segunda metade deste mês, onde se deus nosso senhor quiser eu estarei a assistir.
As datas estão na página acima referida, do MySpace.
O que me deixa aliviado é que se ficarem mais famosos tenho uma lista de cerca de quarenta coisas que destroiem logo à cabeça a reputação do Jorge (vocalista).
E ele cinquenta sobre mim.
Conhecemo-nos há 21 anos no externato "O Panda", na Buraca.
Um luxo à época.

E logo aí está tudo explicado.

Dor. Muita. E em variadíssimas zonas do corpo.

Hoje voltei a acordar às sete da manhã.
Maravilha.
É quase tão agradável como esbardalhar uma costela contra a esquina de um móvel de pau preto.
E porquê pau preto?
Porque eu sou uma pessoa que gosta de humor refinado sobre móveis distintos.
Está-se a usar muito lá fora, no Chipre.
E toda a gente sabe que o Chipre em termos de humor é como se fosse uma religião para mim.
Agora deixo-vos para pensarem muito bem na vossa vida.
E na vossa atitude.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Top Fnac

Dvd de "Os Contemporâneos" em sétimo lugar no top dos mais vendidos da Fnac.
Algum quentinho no estômago.
À nossa frente: Indiana Jones.
Não se percebe.

Meio texto

Então não é que acordei meio surdo de um ouvido?
Isso.
Como se metade da minha cabeça estivesse dentro de uma terrina de água e a outra numa terrina sem água.
Não era bem o tipo de coisa que eu julguei que fosse acontecer aos vinte e seis, mas nunca se é novo demais para ficar meio mouco.
Isto está bonito está.
Já me disseram que muito provavelmente tenho de ir aspirar a cera que me está a obstruir o som da vida.
Que é mesmo assim, que volta e meia se deve fazer, e que nunca se deve usar cotonetes.
Claro, quem é que alguma vez pensou usar cotonetes nos ouvidos?
Só mesmo os parvinhos de todo.
Que ideia mais peregrina.
Deve ser o mesmo tipo de gente que come a sopa com uma colher em vez de uma faca de serrilha, como as pessoas normais.

Portanto, um sonho: eu, deitado, com um Hoover espetado no ouvido.
É ainda a grande oportunidade de ir a um otorrinolaringologista, palavra que de outra maneira dificilmente figuraria no meu blog.
Está tudo muito bem.
Vou só ali ouvir meio cd de Radiohead.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Soube-me a pouco

Foram onze dias, sem horários para cumprir.
Há oásis assim.
Amanhã volta tudo ao normal.
E a segunda-feira volta a ser o dia mais parvo de toda a semana.
Amanhã um bocadinho mais.
Bom regresso às aulas.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Hoje, no DN

Pediram-me há dois dias para escrever um texto para o Diário de Notícias (o jornal, não a revista do mesmo...) sobre o ano de 2009.
Mais precisamente sobre o tema :"Como podem os portugueses viver melhor em 2009".
Saiu na edição de hoje.
Aqui fica o que escrevi:


"Não fazer promessas para o ano que vem é logo à partida a melhor maneira de encetar o ano que vem.
Mentir é feio, especialmente em cima de uma cadeira com a boca atestada de passas.
Nesse caso é só deprimente.
Por isso, comece os doze meses que se avizinham da melhor maneira, com os desejos possíveis de acordo com o indicador de bateria que lhe aparece na força de vontade.
Aponte:

Engordar.
Mas engordar com tudo o que pareça um ataque cardíaco servido num prato.
E acompanhar as refeições com um copo de óleo Fula fresquinho.
Fumar mais. E melhor.
Fazer o mínimo de desporto possível.
Ou menos ainda.
Não visitar os amigos que insiste em anestesiar com um: "temos de combinar um jantar pá!"
Se esse jantar não aconteceu em 2008 tem tudo para não acontecer em 2009.
Não dar mais atenção aos filhos.
Eles entretêm-se bem com o Canal Panda.
Lembre-se que o próprio animador que está dentro do fato do Panda já perdeu vinte quilos por estar num fato que nunca foi pensado para se usar em todas as estações do ano. Desmaia de quinze em quinze minutos, numa média cada vez mais apurada. Não o vamos deixar agora perder o ritmo.
Ser mais nervoso no dia a dia.
Se possível conduzir a cento e noventa nas localidades e puxar o travão de mão já em cima das passadeiras, a roçar com o pára-choques na bengala de um idoso, só para mostrar quem manda.
Conduzir sempre, mas sempre na faixa da esquerda.
A da direita é para meninos e você não gastou o pib do Ruanda num carro para marcar passo na auto-estrada.
Buzinar (muito) mal desconfie que o sinal vai ficar verde.
Não perde nada em prender um palito na buzina durante todo o vermelho.
Gastar as poupanças todas, e pedir entre três a cinco empréstimos ao banco.
É tempo deles.
A crise não passa de um boato, criado numa qualquer revista cor-de-nada.
Não ir ao médico ver aquele sinal que cresceu dez centímetros nos últimos vinte minutos.
Deve ser só uma santola que lhe caiu mal.
A santola é tramada.
Perder tempo a ler artigos encomendados no "Diário de Notícias".
Alguém do outro lado o teve de escrever.

À partida isto bastará.
Se não for há-de ter muitos anos para elaborar diferentes listas.
A não ser que não seja da tal santola."