sexta-feira, 21 de outubro de 2005

Hoje, 23h30

É hoje. É nestas alturas que qualquer actor pensa "porquê?... com tanta profissão jeitosa..."
Não é medo. Não são nervos. É tudo. Um cocktail atestado de tudo o que contrai músculos e que assim os deixa. Pais, amigos, imprensa, pessoas que respeitamos, enfim, todos, de tudo um pouco, hoje, para verem "o que ele tanto andou a fazer no último mês e meio".
Acabo de tomar banho, ouço Maria João e Mário Laginha que de alguma maneira me tentam acalmar, mas em vão. Todo um texto da peça que fazia sentido na minha cabeça, hoje aparece com parágrafos trocados. Congestionado e com febre, que ajuda sempre um bocadinho, olho uma última vez para o texto. Tenho de ir, ainda há uma estrada para fazer e um carro para estacionar. Hoje às 23h30, estreia-se mais um medo. Hoje, às 23h30, cresci como actor.