Digam o que disserem, Sérgio Godinho é, e será sempre, um dos melhores escritores de canções que este país alguma vez viu nascer.
Ontem fui comprovar isso.
E com a honra e a admiração de um lugar numa primeira fila de um Teatro Maria Matos cheio de ouvidos.
Sentei-me, e durante duas horas passei por melancolia, euforia, e muita pele em bicos de pés.
É assim que se mistura tudo num concerto e se dá a ouvir.
Todos os músicos num nível altissímo, as luzes certas nas alturas certas e um alinhamento que vai desde o último trabalho "Ligação Directa" até "As Dúvidas Do Gaspar".
Dá vontade de rasgar os ouvidos e ouvir tudo ainda mais.
Há pedaços de música que comovem de tão bem escritas.
De tão bem ditas.
E de tão simples, que é sempre o mais complicado.
Ninguém canta o amor como ele.
Ninguém.
E perceber, durante duas horas de concerto, que a música do Sérgio Godinho esteve presente em todas as fases boas da minha vida.
E espero que assim continue.
No fim, fui-lhe dar o abraço com dois braços de admiração.
E com o orgulho de o conhecer.
"Dançar como amigos,
Se fosse possível,
Dois pares de sapatos,
Levantando pó,
Dançar como amigos só."