Acabar a peça.
Caminhar até ao camarim numa troca de "hoje não correu assim tão bem".
Tirar o microfone.
Cair na cadeira e deixar que os nervos percebam que podem ir para dentro.
Vestir a roupa.
Entrar no carro.
Sintonizar a Marginal.
Ir devagar, a descomprimir por hora.
Chegar a casa.
O cheiro de uma casa não se compra em lado nenhum.
Vai-se fazendo.
As casas que não tem cheiro não são casas.
São relógios à espera de ponteiros.
Deitar as chaves e a carteira em cima da mesa.
Agasalhar as costas da cadeira com o casaco.
E saber que por hoje o mundo pode acabar.
O meu irmão Nikita não voltará a Kharkiv.
Há 4 semanas