terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Anos depois


Deve acontecer com a grande maior parte das pessoas.
Comigo foi precisamente o mesmo.
Na altura em que nos "obrigam" a ler certos livros, como preparação para exames de Português, é raro recebermos a ideia de braços abertos.
Primeiro porque é muita fruta para tão pouca idade.
E segundo pelo simples facto de ser obrigatório.
E a palavra "obrigatório" tem o dom de desvalorizar qualquer produto em 80%.
Mas assim é, e assim foi.
Li "Os Maias" há uns largos anos.
Sei que me doeu lê-lo.
São muitas páginas para quem quer estar com os olhos noutras coisas que não em letras.
Há uns dias peguei nesse mesmo livro, para o ler com os olhos da livre vontade.
A idade muda os livros.
O livro que li há muitos anos, não é o mesmo que hoje acabei de reler.
O romance "Os Maias", do qual me despedi há minutos, é provavelmente o melhor livro que li até hoje.
Tão bem escrito e tão bem arquitectado que é impossível não ler de um só trago.
Porque Eça de Queiroz é um bocadinho mais do que "Soraia Chaves toda nua em cima de um padre".
Por favor, releiam.
Ou leiam.
Há obras que deviam ser lidas ao domingo de manhã.
E poupar a eucaristia dominical.
Ou então poupar só a eucaristia dominical, vá.

Amanhã: Camilo Castelo Branco.
Mas sem exames de português pela frente.
E sim, com uma lareira.