quinta-feira, 29 de dezembro de 2005

"Porque deixaste de ir?"

Achei por bem, depois de assistir a várias lotarias de hipóteses, responder, de uma vez por todas (assim o espero), a esta pergunta.
A primeira vez que fui convidado para o "Levanta-te e Ri", ainda eu, e o programa, eramos anónimos. Convidaram-me no nono programa para actuar. Passada uma simpática primeira vez, continuei a ir, as vezes que me convidavam, para testar os meus textos de stand-up comedy, para bem ou para mal (que aparecer na televisão não é sinal de qualidade. Nem ontem, nem especialmente hoje.)
O minha mais comentada participação no programa, foi no aniversário da Sic, no Coliseu de Lisboa. Texto de que me orgulho muito, e actuação que em nada me envergonha. Nessa altura, o "Levanta-te e Ri" era um programa cuidado, que fazia questão de levar lá textos, também eles, cuidados. Entenda-se, sem qualquer modéstia, que tanto eu cresci com o programa, como ele comigo. Comigo e com o Aldo, Nilton, Ricardo Araújo Pereira, Fernando Rocha, (entre outros poucos) e sempre conduzido com o talento indíscutivel do Marco Horácio. Lembro-me das últimas vezes ter ido e ter pensado que não era aquilo.
O "Levanta-te e Ri" tinha mudado por completo. Por um simples motivo que defendo as vezes que for preciso: Portugal não têm humoristas suficientes para dar de comer a tantos programas. E como não têm, entra-se na deprimente engrenagem mal oleada do "vale-tudo", em busca de um novo Aldo, um novo Nilton, enfim, um novo humorista. Força-se o nascimento de humoristas, a sangue frio. Banaliza-se a comédia. Por isso mesmo, deixei de ir ao programa. E não o faço por vedetismo, faço-o por opção consciente. Não vou ao programa porque, hoje em dia, em nada me identifico com ele.
No outro dia via, num programa em que se falava do "Levanta-te", uma telespectadora a cuspir o seguinte: "Acho mal ele ter ido ao programa e depois nunca mais ter aparecido. Aproveitou para se lançar e depois esqueceu-se do programa". Minha senhora, eu não me esqueci. O problema é precisamente ter óptima memória e saber como ele era. Quanto ao facto de me ter aproveitado do programa para me lançar, digo-lhe o seguinte: Os textos, foram escritos por mim. Não devo nada a ninguém. Nada. Calculo que tenha um restaurante ao qual gosta de ir particularmente. Vai lá, certamente porque a carne é optima, ou o peixe fresquissímo. Se amanhã lá for, e o seu peixe tiver 3 semanas, ou o seu bife for uma fatia de nervos, dúvido que lá vá com a mesma alegria. E porquê? Porque é inteligente, ou assim o espero.
E agora ponho um ponto final, a seguir ao ponto final.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2005

Sou Português

O meu bilhete de identidade, e o facto de ir agora fazer as compras de natal, não deixam dúvidas: sou, de facto, Português.
Passei ainda há pouco pelo Oeiras Parque e senti-me no Festival Sudoeste, tal era a multidão. É pavoroso. Mete medo. E mete ainda mais saber que sou um deles. Também eu só agora vou escolher o que podia ter escolhido ha 364 dias atrás. Filas e filas de trânsito, com promessas de "para o ano não volto a cair nesta". E o "para o ano",esse, nunca mais chega.
Vou então fazer as compras, que só hoje me convenci. Consegui sobreviver à tentação de deixar para dia 24, vou hoje, dia 23. Como os adultos. Também eu já sou crescido.
Agora saio, rumo às tantas outras pessoas que se arrastam, ou são arrastadas, pelas montras que mostram ansiedades.
E para o ano, não volto a cair nesta.

segunda-feira, 19 de dezembro de 2005

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"Gosto tudo de ti", escreveu António Lobo Antunes, e repito eu.

...

Ai o circo, o circo...

domingo, 11 de dezembro de 2005

"Antes Eles Que Nós", o fim?

Desde já, o meu pedido de desculpas pela falta de posts novos. A vontade é muita, o tempo, muito pouco. Ainda assim, queria dizer-vos que ontem terminámos a temporada da peça "Antes Eles Que Nós", no São Luiz. Correu muito bem, o público encarregou-se de fazer correr ainda melhor. Muito obrigado, respeito-vos do fundo do meu coração. Por isso mesmo,e num momento de pura embriaguez, o São Luiz convidou-nos a ficar também Janeiro.
E nós, tudo bem.
Assim sendo, quem ainda não teve oportunidade de ver, terá agora. Os bilhetes julgo já estarem disponíveis nas bilheteiras do próprio teatro. Despeço-me dos 6 graus que hoje me aquecem o corpo, e me fazem tilintar os pés.