sábado, 26 de agosto de 2006

O primeiro ano

Estava praticamente a desligar o computador, e os olhos, mas lembrei-me:
O blog Corpo Dormente escreve hoje um ano de idade.
Depositei pela primeira vez palavras aqui num dia que se estendeu dois metros para uma paciência de metro e meio.
Gritei pela ponta dos dedos uma inscrição no Blogger, para sussurrar um texto.
E assim, começou.
Sem que os olhos se apercebam, escrevo hoje, e sempre, para esvaziar palavras que me magoam a parte de cima da cabeça com as pontas afiadas.
Palavras que dormem mal, adormeço-as aqui.
Restos de letras mal acabadas que achei desperdício apagar num cinzeiro.
Dou-vos, com tudo o que sei.
Entenda-se:
Sempre apaguei pretensões do que quer que seja.
Não pretendo por o ego em bicos de pés.
Só escrever.
E saber-vos a ler.

Muito obrigado a todos os que aqui embalam os olhos, e o peito.
Espero ter letras que cheguem para mais um ano.
Por agora entrem, e sentem-se à vontade.

Audi Q7




Simplesmente lindo.

terça-feira, 22 de agosto de 2006

Ei-lo


Com o coração a correr cada dia mais depressa.

O meu sobrinho.

quarta-feira, 16 de agosto de 2006

Merche Romero, a triste história

"Merche mandou tirar bidé da casa nova", é esta a notícia que abala país e meio.
A bomba é lançada pelo "jornal" 24 Horas, e o choque, é imediato.
Ainda o país não se encostou com o terror dos fogos já está a acordar com outra bomba.
A pior de todas.
O 24 Horas, sempre pioneiro em informações essenciais a quem não precisa delas, conseguiu que uma fonte lhe sussurasse isso ao ouvido.
A questão é: que tipo de fonte sabe de movimentações de bidés de famosos?
Resposta: Uma fonte que está destacada só para saber de movimentações suspeitas de bidés de famosos.
A malta dos bidés é uma malta que não brinca.
Já os bidés da alta roda são de uma maldade como poucos conhecem.
Ninguém dá por eles, mas o que é certo é que quando menos se espera, vai um bidé para o meio da Almirante Reis e faz-se explodir.
Não brincam, têm a escola toda.
E nem vou falar de piaçabas, senão não saíamos daqui
O bidé de Merche, que estava certamente para aprontar das dele, não foi excepção.
Pedro Tadeu, director deste nome maior da informação, concluíu então, num rasgo de génio, que esta notícia deveria ser tema de capa da edição de hoje do "jornal".
Espertíssimo.
Deu assim, antes que fosse tarde, uma notícia que pode ajudar a encontrar o paradeiro do mesmo e devolvê-lo às autoridades locais.
Estamos a falar de um bidé que já deve ter aconchegado vezes sem conta o rabinho de Merche e Ronaldo, ainda que em alturas diferentes.

Pedro Tadeu, sentado na sua secretária cor de rosa, terá pensado: "então mas isto anda tudo maluco? então vai-me tirar um bidé tão fino e nem uma conferência de imprensa? Ela já vai ver o que é bom para não ter a mania que faz coisas alternativas na casa-de-banho dela."
Foi reposta a verdade.
Qualquer outro jornal deixaria esta informação passar ao lado.
Este não.
Este não dorme.
Este achou que, de entre tudo o que se passou no dia 16 de Agosto de 2006 em Portugal, o bidé de Merche Romero foi o mais alarmante.
E gritou isso ao mundo.

A frase da semana

"As minhas fãs são porreiras e não guincham" - José Cid, num momento de pura sensibilidade.

Mas...!?

Acordo, e... chuva.
Daqueles dias em que fechamos e abrimos o espanto várias vezes, para termos a certeza que não dormimos duas estações a mais.
Mas não.
Continua a ser Agosto, continua a ser uma vaga de calor como se vestiram poucas em Portugal, mas... com chuva e frio.
Ainda haverá estações?
Ou existiram até nós as adormecermos com sprays e "deito aqui que o caixote está longe"?
O egoísmo de plantar lixo pelo chão vai ao ponto de matarem os filhos, ou com sorte, os netos.
O papel não se vai arrastar sozinho até ao lixo.
E quem é que se vai arrastar quando o mundo estiver demasiado fraco para nos guardar na barriga?
Os "outros".
Eu já não sou do tempo das estações guardadas nos sítios certos.
Para mim o verão já não é sinónimo de calor, nem o Inverno de frio.
Pode lá ter uns dias baralhados ao acaso, mas nada mais.
Os ossos de quem sofre quando muda o tempo, já não sabem quando doer.
Dou por mim a levar roupa de verão e camisolas de inverno, porque ele vai, concerteza, "fazer das dele".
Trocámos tudo, mas pouco nos importa.
Os ossos do mundo não aguentam sozinhos.

Será que matámos o tempo?
Acordem.

terça-feira, 15 de agosto de 2006

Dois filmes

Aproveito para aconselhar dois filmes bem diferentes, mas igualmente bons, que vi ultimamente.


Transamerica é, quanto a mim, dos melhores papéis que uma actriz pode dar à luz.
Felicity Huffman, num papel esmagador na pele de um transexual, que dias antes de se submeter à operação definitiva ao sexo, reencontra o filho.
Não é um filme moralista.
É divertido e ligeiro.
Feito com pouco dinheiro, o que implica, regra geral, bom gosto.
A falta de orçamento tem a mais valia de não deixar adormecer a imaginação.
Já muito dinheiro sufoca a criatividade.
Felicity (para os amigos), pousou em casa vários prémios, menos o Óscar.
Porquê?
Por ser um tema controverso que faz comichão na testa de um país terceiro mundista:
Os Estados Unidos da América.
Nome comprido para pouco sumo.
Vejam. Vejam-na.


O segundo vi porque me alertaram para um actor que têm uma peça em cartaz há anos, em Berlim.
Alertaram-me também que era obrigatório ver.
A peça retratava Adolf Hitler, e o actor, começava em posição de cão raivoso até se ir levantando e se transformar num homem.
A pessoa em questão, viu a peça do princípio ao fim, sem perceber uma palavra, e no fim estilhaçou-se em lágrimas.
Já imaginaram a força de um actor que provoca isso?
Sublinho: Sem perceber uma palavra.
O nome desse actor é Bruno Ganz.
Suíço de 64 anos
Procurei então o filme mais recente que ele tinha iluminado.
Encontrei "A Queda".
A história das últimas horas de Hitler.
Confesso que guardo pouca ou nenhuma paciência para filmes sobre o tema, mas forcei-me a mim e mais dois olhos a ver.
O Hitler protagonizado por Bruno Ganz, é, de facto, genial.
A expressão da cara de Bruno acorda-nos o coração na boca entre-aberta
Todo o filme vale pelos momentos em que ele rasga o écran e nos grita o que é representar.
Fico sempre pirosamente emocionado quando assim é. A capacidade de causar um soco dessa dimensão num espectador, eleva-os para um patamar acima da média.
E eu, agradeço.
Vejam, nem que seja para não gostarem.

sábado, 12 de agosto de 2006

Servidos?

Heineken e fim de tarde.
A praia soube a pouco, mesmo depois de muito.
Leva-se o que sobra na pele.
Há qualquer coisa de muito bom no chegar a casa depois de um bom dia de praia.
A areia ainda tropeça do cabelo e o sal lambe o corpo todo.
E nós, gostamos.
Fez-se as compras à tarde, para à noite ser só chegar e cozinhar.
Amigos de sobra, comida mais que boa, e Lisboa à distância de um télémovel.
Bom.
A televisão a falar sozinha na sala, e a cozinha a encher-se de facas e legumes prontos a irem desta para muito melhor.
Esquece-se o relógio do pulso.
Fica só o nosso, a dar as horas que pedirmos.
Põe-se a mesa com tudo, e parte do peito.
Estoiram cheiros bons de tachos cheios de muito.
Sorteiam-se banhos e toalhas.
Dá-se graças a nós por amigos que chegam onde poucos chegam.
Cá.
"Tá na mesa!".
Servidos?

terça-feira, 8 de agosto de 2006

Só para não estar calado

Parece que está um calor que não se pode.
Mas também parece que as praias estão cheias desde as matrículas dos carros, até alto mar.
Hum.
Feitas as contas, vou então ler.
É um livrinho pequenino, tem 590 páginas.
Se tudo correr bem, quando acabar o livro já o Marques Mendes têm idade para tirar a carta.
É fofinho. Tão pequenino e já fala.