sábado, 17 de setembro de 2005

Vai uma aposta?

Merda, esqueci-me de ir à festa dos 10 anos da Caras... o que é que vão pensar de mim?
"Acompanhámos a entrada de todo este hollywood à portuguesa", dizem agora, no fim da emissão. E eu aqui. Em casa. Até gente da Argentina veio, e eu, nada.
Eu, aqui, sozinho, a ouvir o cd da Dulce Pontes e a pensar quem lhe deu tanto murro para ela gritar assim. Pensava que gravar um cd em estúdio era mais pacífico.
Gosto de ir a festas sociais quando a Maya vai, porque mesmo que ela não diga em que lugar do ranking está o meu signo, pelo menos sei que estive perto de uma cabeça sem-abrigo.
Estar desempregado ou "aparecer" na televisão hoje sabe ao mesmo, há sempre dúvidas sobre o que pôr na ficha do médico onde pergunta:
a)Profissão__________
Deixei de ir ao médico.
Fazem muitas perguntas.
Fui lá para me queixar, se soubesse que era preciso responder a tanta coisa tinha alugado uma casa em Elvas e acampado perto dos Jerónimos. Não gosto é de colégios.
Enfim, gostos parvos, os meus.
Entristece-me a "televisão", não apenas porque sim. Mas porque dói-me ver tanta gente com talento desempregada. Actores, apresentadores, humoristas. Muitos, mesmo. Conheço-os, tenho o contacto deles. São sub-aproveitados. Somos pequenos demais para nos darmos a esses luxos tão grandes.
Deixem-se de merdas.
Ter mamas ou um cabelo bem tratado não é, nem nunca foi, sinal de talento.
Se calhar não moram na Quinta da Marinha.
Mas têm génio. Puro.
Não suportado por alicerces de açúcar.
Dói-me ver uma passerelle de futilidades e assistir impávido e sereno. Devia deixar passar e preocupar-me com outras coisas. Com esta dor de cabeça que não me larga há 2 dias, com a conta da EDP que ainda não paguei, com a falta de leite e manteiga que me acompanha.
Enfim, nada de novo.
Um dia havemos de perceber o que estamos a perder.
Vai uma aposta?