sábado, 10 de maio de 2008

in Público

Jorge Mourinha, crítico no jornal Público, tece uma critíca muito elogiosa aos "Contemporâneos", o que me deixa, honestamente, muito feliz. Até descer umas linhas e ler ainda do mesmo senhor esta frase::
"Nuno Lopes fez um extraordinário Ricardo Araújo Pereira no sketch do Festival da Canção".
Isto está, de facto, tudo doido.
E o pior é que isto é grave, mas ninguém nunca dirá nada para repôr a legalidade.
Há uma estranha mania de ter a sede de comparar sempre as coisas boas. Só pode haver uma coisa boa ao mesmo tempo, e a que vier a seguir será sempre comparada, sempre.
Chama-se a isto "Portugal dos Pequeninos".
Eu, por exemplo, gosto de várias bandas ao mesmo tempo. Mesmo que sejam todas de jazz. E dificilmente vou comparar uma com a outra. Ouço e pronto, é para isso que a música serve. Na comédia não, na comédia a coisa estranhamente pia de maneira diferente..
Gosto muito do trabalho do Ricardo, já tive inclusivé oportunidade de lhe dizer isso, e isto nada tem a ver com ele.
Um "opinion maker" de um jornal supostamente conceituado, dizer que um actor que já fez centenas de coisas como o Nuno Lopes, inclusivé o tipo de personagem que fez no sketch do Festival da Canção, está a fazer um "extraordinário RAP" é de uma ignorância sem limites.
O senhor Jorge Mourinha deveria de ir procurar saber o que cada actor fez antes, e depois sim, poder dizer quem começou o quê no "mundo das personagens".
É que chegar ao mundo dos criticos de televisão e não saber o que se passou no passado é de quem provavelmente está na profissão errada.
Aconselho-o portanto a ir rever o "Programa da Maria", o "Herman Sic" e alguns espectáculos da Cornucópia. E depois sim, perceber o que o Nuno já fez.
Tente isso, vai ver que depois fará um extraordinário Eduardo Cintra Torres.